A cidade que queremos é aquela que conhecemos e cuidamos
Jane Jacobs foi uma das maiores pensadoras urbanas deste século, lendária escritora e grande ativista Comunitária ela viu as cidades como ecossistemas que tinham sua própria lógica e dinamismo que mudavam com o tempo de acordo com a forma como eles eram ocupadas. Com um olho afiado para o detalhe, ela escreveu eloqüentemente sobre calçadas, ruas, parques públicos e auto-organização. Ela promoveu a idéia de maior densidade nas cidades, blocos curtos com economias locais e usos compartilhados. Jacobs levantou nos anos 60 os problemas do planejamento voltado para o carro e a degradação das cidades em função do uso excessivo do automóvel que tornariam a cidade menos inclusiva, poluída e sem espaços públicos para terem uma vida em comunidade, ajudou a párar a expansão de vias expressas e estradas nas cidades . Ela viveu em Greenwich Village e, Nova Iorque, durante décadas, depois se mudou-se para Toronto em 1968, onde continuou seu trabalho e a escrever sobre urbanismo, economia e questões sociais até sua morte em abril de 2006.
Baseado no projeto canadense Jane’s Walk, o projeto “Cidade que queremos” incentiva passeios ao ar livre, que ajudam a colocar as pessoas em contato com seu ambiente urbano e com a comunidade do seu bairro com o objetivo de preencher as lacunas sociais e geográficas criando espaços para as cidades descobrir-se.
Todos os passeios do Projeto são realizadas de forma gratuita e são liderados por alguém que tenha interesse nos bairros onde vivem, trabalham ou freqüentam. O objetivo é oferecer uma visão mais pessoal sobre a cultura local, a história social e as questões de planejamento e mobilidade urbana enfrentado pelos moradores. Jane Jacobs acreditava firmemente que a comunidade local entendia melhor como funciona seu bairro, e o que era necessário para fortalecê-los e melhorá-los. A ideia é oferecer passeios divertidos, engajados e participativos – todo mundo tem uma história e geralmente as pessoas são ansiosas para compartilhá-las com outras pessoas.
Jane Jacobs sabia que as cidades eram complicadas e resistente a soluções fáceis e que as soluções estavam dentro delas. “O Ser humano é em si difícil, e, portanto, todos os tipos de assentamentos (exceto cidades sonho) têm problemas. Cidades grandes têm dificuldades em abundância, porque elas têm pessoas em abundância. Mas as cidades não são tão impotentes ao ponto de não saberem combater até mesmo os problemas mais difíceis. “
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